basta
essa falta de ar
ardência infinita de amar
baste essa memória
saudades dos tempos que não foram de gloria
infinita saudade
basta de tanta realidade
basta ser para viver
sentir para morrer
viver para não entender
basta ver
não basta, nunca bastou
amar, sentar e morrer
bastam os versos ausentes
dos poetas como eu
dementes, carentes, incoerentes
basta ser um pouco gente
basta, basta, basta
obrigado pelas doces palavras
poema profundo que difama minha alma
abismo imundo onde perdi minha calma
sóbrio vagabundo, para lama clama
e se engana
tudo é mentira
basta acender a luz e revelam-se as cordas
basta fechar as cortinas vermelhas e mortas
basta o show não continuar
e a peça pode acabar
serei apenas mais um
dando um basta por tanto amar!
Deixe um comentário