é proibido teorizar a incontrolável dor da sodomia cotidiana
fica decretado sodomizar a cor do cinza escuro da cidade
pelas ruas só está liberado o verde morto das folhas caídas
pelas matas é proibido todo tipo de concreto verde mato
corações perambulam engomados em paletós apertados
rastejando de lá para lá sem ousar conhecer o cá
olhos vermelhos de raiva e conformização pelo não
todas as formas de não enrustidas nos sins inigmáticos
nas mochilas a esperança para outros tantos corações
esperança nos caminhos libertinos de liberdade anarquista
sem entender nada encarceram-se na mais falsa fantasia
não, ela não está lá fora, é esse o maior sim travestido de não
portanto está proibido o talento dos artistas que não sabem do não
fica decretado a morte da inibição e a concretização da liberdade
que voem as mentes sem talento e explodam as técnicas restritivas
que sodomizem todos os nãos da sociedade sem vaselina
que liberem os bonecos de pausinho e as casinhas com chaminés
e que o mundo decrete o fim absoluto
pois só aceitando a decadência
é possível revolucionar nossa essência